Blumenau - SC
47 3322.4546

Notícias

 
01
Mar
2014

Folião pagará até 76% em impostos durante Carnaval

O folião que quiser entrar no clima do Carnaval pagará até 76% do preço dos principais produtos consumidos no período em impostos. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) aponta que bebidas como a caipirinha (76%), a cerveja (55%) e a água mineral (44%) estão entre as que rendem mais em impostos, mas itens como spray de espuma (45%), máscara de plástico (43%) e confete ou serpentina (43%) deixam quase a metade do que custam para o governo. 

Para quem pretende pagar um pacote turístico e acompanhar desfiles de escola de samba, a taxa passa de 36%. O princípio da seletividade ajuda a explicar o motivo das altas cargas tributárias, ao levar em consideração a essencialidade dos produtos ao consumidor, se são itens de luxo ou se causam reflexos sobre a saúde, por exemplo. Mas o problema principal é que o brasileiro paga mais de 60% dos impostos durante o consumo, o que encarece os preços, diz o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike. 

Ele afirma que há incidência de encargos desde a etapa de extração de insumos, passando pela industrialização, até chegar ao comércio. Como há taxas sobre cada etapa, com descontos sobre o faturamento em vez de ser sobre a renda, Olenike diz que os preços acabam inflados. 

Para o presidente do IBPT, é preciso entender que a tributação sobre o consumo é injusta, porque faz com que pessoas que tenham renda menor paguem mais, proporcionalmente, em impostos. "Se pegarmos uma pessoa que recebe um salário mínimo e outra que ganha R$ 100 mil ao mês, é óbvio que o custo de uma bola de futebol para um vai representar bem mais sobre o salário do que para o outro. Com o imposto, é a mesma coisa." 

Cliente não entende

A gerente comercial da Festella Mercado das Festas, Gisela Batista, afirma que é comum que clientes questionem o preço de produtos da loja londrinense, que vão desde artigos de decoração a fantasias. "Mostro documentos para explicar o tanto que existe de impostos. É algo injusto porque confunde o consumidor." 

A taxa é de 33% para a fantasia que usa arame e de 36% para a de tecido. Além dos 43% sobre a máscara de plástico, o percentual sobre o colar havaiano é de 45% e sobre o apito, de 34%. 

Para vender a preços competitivos, ela afirma que chega a reduzir a margem de lucro. Isso porque Gisela diz que empresas menores não fazem as contas corretamente sobre a incidência tributária, vendem mais barato, mas acabam por ter de fechar. 

Um mecanismo que deve ajudar o consumidor a entender o problema será o imposto na nota fiscal, que precisa ser implantado pelos comerciantes até junho deste ano. "O sistema será nosso aliado, porque é uma forma de instruir e deixar o consumidor alerta, para lutar para que a tributação seja modificada", opina a gerente comercial. 



Postado por: Folha de Londrina
Fonte da novidade em: Portal Contábil