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Pequenas empresas são as maiores ”vítimas” da falência
Em 2013, os pedidos de falência no País recuaram 3,1% em comparação com o ano anterior, enquanto as falências decretadas cresceram 28,4% no mesmo período. Nas duas situações, as pequenas empresas são maioria. Em relação a pedidos de falência, elas representam 86%; quanto às decretadas, 92%. A pesquisa foi feita pela Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).
De acordo com a administradora, os índices revelam que 2013 foi um ano de ajuste para as empresas brasileiras, já que muitas das falências decretadas haviam sido requeridas em 2012, quando houve acréscimo de 15% no número de pedidos. Para a Boa Vista, a queda no número de requerimentos de fechamento no ano passado é um dado positivo e mostra maior solvência das empresas. A administradora prevê situação semelhante em 2014, com expectativa de mercado de trabalho aquecido, queda da inadimplência empresarial e dos consumidores.
Mas não há lado positivo para quem decreta uma falência, que se vê envolto em dívidas e sem perspectiva de renda. Por isso, planejamento é a palavra-chave quando se pensa em abrir uma empresa, independente do porte. A consultora do Sebrae/PR, Edite Viana Alves, acredita que as pequenas empresas sejam líderes nos índices de falência por dois motivos: por serem maioria no País (mais de 90%) e por falta do tal planejamento.
Edite explica que os índices de falência de pequenas empresas no Estado vem acompanhando os números nacionais nas últimas décadas. Segundo ela, a mortalidade caiu de 50% na década de 1980 para 25% em 2013, no entanto, os motivos permanecem os mesmos: ausência de preparação prévia e falta de capital de giro. A consultora do Sebrae ressalta que, após o plano de negócios, é necessário fazer um plano de gestão, o que muitos empreendedores ignoram.
"Uma coisa é ter o sonho de abrir uma empresa, mas quando vai materializar, tem o custo que precisa ser previsto. A preparação não vai eliminar 100% dos riscos, mas reduz muito", afirma.
Estabilidade
A consultora do Sebrae ressalta que a empresa inicia suas atividades com caixa negativo, por isso, necessita de reserva de capital de giro para não "quebrar" nos dois primeiros anos, considerados críticos para o negócio. "Claro que varia de acordo com a natureza e o tamanho do negócio, mas, em média, a empresa precisa de dois anos para ter estabilidade no mercado", alerta.
Para Edite, a queda na mortalidade de empresas no Estado nas últimas três décadas representa uma grande vitória da cultura do planejamento, no entanto, o empenho em aumentar ainda mais a sobrevivência das micros e pequenas empresas deve ser crescente. Para quem já se lançou no empreendedorismo, a consultora dá sua última dica: não espere a situação se agravar.
"Hoje não existe negócio inédito, mas com diferencial, com valor agregado. Se estiver com dificuldades em administrar, procure o Sebrae ou outra instituição consultora, não espere estar próximo da falência", finaliza.
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Postado por: Folha Web
Fonte da novidade em: Portal Contábil